A PRATA
Minério
Prata é um elemento químico puro, metálico, que no estado natural apresenta-se branco e brilhante. No sistema periódico dos elementos, pertence ao grupo de metais de transição e se enquadra na família do cobre e do ouro. Seu símbolo químico, Ag, deriva de argentum (prata, em latim). Dúctil e maleável, de fácil manipulação química e mecânica, a prata é o metal de maior condutibilidade elétrica e calorífica.
Beneficiamento na indústria
Material nobre usado na confecção de jóias, moedas e objetos de culto, a prata, que serviu como padrão monetário até a primeira guerra mundial, é também muito utilizada na indústria, sobretudo na fabricação de películas sensíveis para fotografia e radiografia.
A prata obtida industrialmente é quase sempre impura, com um a dois por cento de outros metais, como cobre e chumbo. Pode-se obter prata de estrema pureza por meio de copelações sucessivas, por eletrólise ou em laboratório. Para obtenção em laboratório, dissolve-se a prata impura com ácido nítrico e trata-se a solução obtida com ácido clorídrico, o que provoca a precipitação do cloreto de prata. Funde-se então o cloreto com carbonato de sódio e dissolve-se em água o produto da fusão, ficando a prata em estado metálico.
Mais dura que o ouro e mais mole que o cobre, a prata em estado metálico tem amplo emprego nas artes e na indústria. é utilizada na produção de objetos de adorno, decoração e uso doméstico, e na fabricação de jóias, medalhas e moedas. Em joalheria, é muito usada na preparação de ligas de ouro. Em liga com o cobre, que lhe confere maior dureza, é empregada ma produção de moedas. Na indústria é utilizada na fabricação de material de laboratório, como cápsulas, pinças e cadinhos, e para espelhar vidros e pratear utensílios. A partir do metal, produzem-se sais de prata para variadas aplicações, em especial na análise química, fotografia e radiografia.
O brometo de prata é aplicado especialmente em fotografia, na fabricação de placas de gelatina e papel fotográfico. O cloreto de prata é usado na fabricação de papel fotográfico e na preparação da chamada prata molecular. O nitrato de prata é empregado na preparação de grande número de compostos, em fotografia, espelhagem e análise química. Em medicina, o nitrato de prata fundido com nitrato de potássio é aplicado para cauterização de tecidos esponjosos e na preparação de muitos produtos farmacêuticos, pois sua propriedade oxidante o torna útil como desinfetante.
Nos últimos anos do século XX o México, Peru, Estados Unidos e Canadá eram os grandes produtores mundiais. Somente a Rússia, com suas reservas nos Urais e na Sibéria, produzia quantidades comparáveis. O Brasil é importador de prata, pois sua produção, que provém do refino do ouro e do Morro Velho e das metalurgias de chumbo e zinco é pequena.
Propriedades químicas
Prata pura é brilhante, lustrosa. É apenas um pouco mais dura que o ouro. A ductilidade e a maleabilidade são inferiores apenas às do ouro e do paládio. É o metal de maior condutividade elétrica e térmica. É estável no ar e água puros, mas muda de cor sob ação de ozônio, sulfeto de hidrogênio ou ar com enxofre. Recém depositada, é o melhor refletor de luz visível, mas perde rapidamente a capacidade. Pouco reflete a luz ultravioleta.
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A prata em si não é considerada tóxica, mas muitos dos seus sais são venenosos. Se absorvidos pelo sistema circulatório, a prata metálica é depositada nos tecidos, provocando a argiria, que se mostra pela pigmentação cinza da pele e mucosas. Íons de prata e alguns compostos têm efeito germicida alguns sobre seres inferiores, sem a elevada toxidade que metais como chumbo e mercúrio apresentam para os seres humanos.
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Grandeza
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Valor
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Unidade
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Massa específica do sólido
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10490
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kg/m3
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Ponto de fusão
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961,8
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°C
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Calor de fusão
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11,3
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kJ/mol
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Ponto de ebulição
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2162
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°C
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Calor de vaporização
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255
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kJ/mol
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Temperatura crítica
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s/ dado
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°C
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Eletronegatividade
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1,93
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Pauling
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Estados de oxidação
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+2 +1
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-
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Resistividade elétrica
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1,6
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10-8 Ω m
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Condutividade térmica
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430
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W/(m°C)
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Calor específico
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235
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J/(kg°C)
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Coeficiente de expansão térmica
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1,89
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10-5 (1/°C)
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Coeficiente de Poisson
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0,37
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-
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Módulo de elasticidade
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83
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GPa
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Velocidade do som
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2680
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m/s
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Estrutura cristalina
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cúbica de face centrada
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-
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Impacto ambiental
A prata nativa aflora em superfícies rochosas, às vezes em filões de grande massa e riqueza. Encontra-se principalmente na argentita, bromargirita, cerargirita, proustita e galena (sulfureto de chumbo). Todas as galenas contêm entre 0,01 e 0,05% de prata, mas só recebe, o nome de argentíferas quando seu teor supera 0,5%.
A extração mineral pode causar inúmeros impactos ambientais e sociais. Dejetos do processamento dos minérios podem contaminar o lençol freático e os mananciais (rios e lagos usados para o abastecimento de água).
Chuva ácida e assoreamento
A produção mineral do chumbo, mercúrio, zinco, cobre e prata pode resultar na liberação de enxofre na forma de SO2 para a atmosfera, causando chuva ácida.
A abertura de mina a céu aberto ocasiona a retirada da vegetação nativa e os materiais desagregados do processo de extração acabam sendo levados aos rios e lagos. Isso provoca o assoreamento, que obstrui, com areia ou outros sedimentos, rios e canais, em conseqüência da redução da correnteza. O pó suspenso no ar causa, nas pessoas que têm contato permanente com ele, doenças respiratórias gravíssimas.
A mineração costuma dinamizar economicamente uma região ou cidade, que passa a crescer e a depender cada vez mais da atividade mineradora. Quando, porém, a atividade se esgota (e ela sempre se esgotará, mesmo que demore muitos anos), a cidade e sua população podem ficar sem alternativas. É por isso que os recursos econômicos originados da extração mineral devem ser destinados, também, para a diversificação das atividades econômicas e para o desenvolvimento regional mais amplo.
A atividade de extração mineral tende a se ampliar, pois o crescimento econômico mundial, principalmente da China e da Índia, vem provocando um aumento da demanda e dos preços internacionais das commodities (produtos primários, em estado bruto, de grande importância no mercado internacional, como minério de ferro, algodão, petróleo), aumentando os investimentos e a produção no setor.A garimpagem geralmente é executada de forma tradicional nas margens de rios, em locais que recebem grande volume de sedimentação e em planícies fluviais, principalmente nas Bacias hidrográficas do Amazonas e do Paraguai.
O garimpo mecanizado produz profundos impactos nos ambientes fluviais, destruindo as margens dos rios e modificando profundamente a paisagem. Sem contar que contamina as águas com aplicação de mercúrio e outros detritos; o prejuízo ambiental é muito elevado, pois os rios são assoreados, a fauna é contaminada, a cobertura vegetal é retirada e compromete a saúde do homem.
Os danos gerados nas áreas onde são desenvolvidas a mineração ou garimpagem são irreversíveis. Diante desses fatos percebemos que a lucratividade oriunda da extração mineral fica nas mãos de uma minoria e os prejuízos ambientais para toda a população atual e também futura.
Conclusão
A extração do minério de ferro é uma das atividades mais importantes do setor para a economia brasileira. O minério de ferro, o ferro fundido e o aço correspondem conjuntamente a cerca de 9,7% do total das exportações brasileiras. Enviados principalmente para os EUA, representam o mais importante item da pauta de exportações do país.
Em 2005, o Brasil produziu cerca de 281,86 milhões de toneladas de minério de ferro. O maior produtor mundial foi a China e o Brasil, o segundo.
O Brasil é o maior produtor de nióbio (95,2% da produção do mundo), o segundo em manganês (depois da África do Sul), tântalo (depois da Austrália) e alumínio (depois da Austrália). O país está, além disso, entre os cinco maiores produtores do mundo em crisotila, magnesita, grafita, vermiculita, caulim e estanho.
Mais toda essa circulação da economia brasileira tem que ser observada e analisada com muito cuidado. A extração mineral pode causar inúmeros impactos ambientais e sociais. Dejetos do processamento dos minérios podem contaminar o lençol freático e os mananciais (rios e lagos) usados para o abastecimento de água e causar assoreamento. Alguns minérios também podem ocasionar a liberação de enxofre na forma de SO2 para a atmosfera, causando chuva ácida.
Devemos consumir de forma consciente, valorizando os produtos obtidos de formas menos impactantes e estimulando seu uso e, principalmente, exigir alternativas.
O ALUMÍNIO
A obtenção do alumínio é feita a partir da bauxita, um minério que pode ser encontrado em três principais grupos climáticos: o Mediterrâneo, o Tropical e o Subtropical. A produção mundial de bauxita em 2004 foi de 157,4 milhões de toneladas, sendo os principais países produtores Austrália, Brasil, Guiné e Jamaica. Ocupando a 2ª posição no ranking mundial, em 2004, o Brasil produziu 21 milhões de toneladas de bauxita. Possui também a terceira maior reserva mundial de bauxita, cujo potencial é da ordem de 2,5 bilhões de toneladas, concentrada principalmente na região Norte do país (estado do Pará), a qual tem como principal concessionária a empresa Mineração Rio do Norte S.A. - MRN.
A bauxita deve apresentar no mínimo 30% de alumina aproveitável para que a produção de alumínio seja economicamente viável. O processo de obtenção de alumínio primário divide-se em três etapas: Mineração, Refinaria e Redução, conforme a imagem abaixo:
Mineração: O alumínio não é encontrado diretamente em estado metálico na crosta terrestre. Sua obtenção depende de etapas de processamento até chegar ao estado em que o vemos normalmente. O processo da mineração da bauxita, que origina o alumínio, pode ser exemplificado da seguinte maneira:
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1)
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Remoção planejada da vegetação e do solo orgânico;
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2)
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Retirada das camadas superficiais do solo (argilas e lateritas);
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3)
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Beneficiamento: 3.1 Inicia-se na britagem, para redução de tamanho; 3.2 Lavagem do minério com água para reduzir (quando necessário) o teor de sílica contida na parcela mais fina; 3.3 Secagem
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Refinaria: A refinaria é a fase do processo que transforma a bauxita em alumina calcinada. O procedimento mais utilizado é o Bayer. Esta é primeira etapa até se chegar ao alumínio metálico.
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1)
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Dissolução da alumina em soda cáustica;
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2)
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Filtração da alumina para separar o material sólido;
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3)
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O filtrado é concentrado para a cristalização da alumina;
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4)
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Os cristais são secados e calcinados para eliminar a água;
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5)
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O pó branco de alumina pura é enviado à redução;
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6)
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Na redução, ocorre o processo conhecido como Hall-Héroult, por meio da eletrólise, para obtenção do alumínio.
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As principais fases da produção de alumina, desde a entrada do minério até a saída do produto final são: moagem, digestão, filtração/evaporação, precipitação e calcinação.
As operações de alumina têm um fluxograma de certa complexidade, que pode ser resumido em um circuito básico simples, conforme figura abaixo.
Além da bauxita e de combustíveis energéticos, a produção de uma tonelada de alumina requer outros insumos, cujo consumo depende da qualidade do minério.
Parâmetros de consumo da alumina
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1,85 a 3,4
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10 a 50
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40 a 140
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1,5 a 4,0
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Óleo combustível - calcinação (kg/t)
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80 a 130
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Floculante sintético (g/t)
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100 a 1000
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150 a 400
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0,5 a 3,0
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0,5 a 2,0
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Fonte:
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Boletim Técnico - ABAL/Produtores de Alumínio Primário
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Redução: Processo de transformação da alumina em alumínio metálico:
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1)
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A alumina é dissolvida em um banho de criolita fundida e fluoreto de alumínio em baixa tensão, decompondo-se em oxigênio;
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2)
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O oxigênio se combina com o ânodo de carbono, desprendendo-se na forma de dióxido de carbono, e em alumínio líquido, que se precipita no fundo da cuba eletrolítica;
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3)
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O metal líquido (já alumínio primário) é transferido para a refusão através de cadinhos;
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4)
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São produzidos os lingotes, as placas e os tarugos (alumínio primário).
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A voltagem de cada uma das cubas, ligadas em série, varia de 4 V a 5 V, dos quais apenas 1,6 V são necessários para a eletrólise propriamente dita. A diferença de voltagem é necessária para vencer resistências do circuito e gerar calor para manter o eletrólito em fusão.
Basicamente, são necessárias cerca de 5 t de bauxita para produzir 2 t de alumina e 2 t de alumina para produzir 1 t de alumínio pelo processo de Redução.
Diagrama de uma célula de redução
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Os principais insumos para a produção de alumínio primário durante o Processo de Redução são indicados na tabela a seguir:
Insumos para a produção de alumínio primário (ano-base 2003)
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1919 kg/t Al
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15,0 MWhcc/t Al
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8,0 kg/t
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19,7 kg/t
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0,384 kg/kg Al
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0,117 kg/kg Al
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44,2 kg/t
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Beneficiamento na Indústria
O sucesso comercial do alumínio no mundo está nas características físicas do metal. Ele não enferruja como o aço, é leve, podendo ser também mais maleável. O alumínio passou de um nobre metal usado em utensílios domésticos sofisticados para também ser utilizado em obras de arte. Demorou um pouco menos de um século para esse metal ser usado em milhares de produtos. Em 1917, a indústria primária do metal chegou ao seu primeiro milhão de toneladas. Mas o seu aumento de escala se consolidou a partir de 1950. Hoje, a indústria de alumínio coloca 34 milhões de toneladas do produto no mundo (dados de 2006/Abal), que vai para diversas tipos de indústria virar outros produtos.
A escala é grande e a estrutura da indústria é altamente globalizada. As maiores jazidas de bauxita estão em países tropicais ou subtropicais. Brasil, Austrália, África e Estados Unidos são exemplos de locais onde a indústria extrativista de minério é forte. São 46 países que extraem a bauxita, transformam em alumina e depois em alumínio. Já as indústrias que moldam, usinam e fundem o alumínio se espalham pelo planeta. Seja, em países altamente industrializados e com sofisticado parque industrial como o Japão ou Tigres Asiáticos ou em grandes centros industriais dos países em desenvolvimento.
A demonstração da importância da indústria brasileira do alumínio no cenário mundial está na sua participação no mercado global. O Brasil, além da terceira maior jazida de bauxita do planeta, é o quarto maior produtor de alumina e ocupa a quinta colocação na exportação de alumínio primário/ligas.
No Brasil cerca de 1,8 quilograma (quatro libras) de bauxita é necessário para se produzir 0,45 quilograma (uma libra) de alumínio.
Uma das características dessa industrialização é seu forte investimento em tecnologia tanto do lado da extração quanto do beneficiamento. Como exemplo, podemos pegar a própria indústria de latas e o caso brasileiro. Entre as décadas de 1970 e 2006, a indústria de latas de alumínio no Brasil viu sua produtividade aumentar 51%. Antes, com um quilo de alumínio era possível produzir 49 latas. Atualmente, com a mesma quantidade de alumínio é possível produzir 74 latas. Esse quadro se repete em vários setores dessa cadeia produtiva.
Aqui estão alguns dados.
Capacidade de produção de 14,4 bilhões de latas por ano
13 fábricas de latas de alumínio
Produção de 10,8 bilhões de latas por ano
3.300 empregos diretos
Faturamento de R$ 3 bilhões
Consumo de 57 latas per capita por ano
95% das latinhas consumidas no Brasil são de alumínio
A indústria brasileira do alumínio vem crescendo com a utilização sustentável do grande potencial mineral do Brasil. Enquanto produzem um dos metais mais utilizados na vida moderna, as empresas do setor atuam de forma responsável nos aspectos econômico, social e ambiental, minimizando impactos negativos e multiplicando os benefícios gerados pela atividade.
Alguns exemplos de aplicação na indústria:
· Meios de Transporte: Como elementos estruturais em aviões, barcos, automóveis, bicicletas, tanques, blindagens e outros; na Europa têm sido utilizado com frequência para formar caixas de trens.
· Embalagens: Papel de alumínio, latas, embalagens Tetra Pak e outras.
· Construção civil: Janelas, portas, divisórias, grades e outros.
· Bens de uso: Utensílios de cozinha, ferramentas e outros.
· Transmissão elétrica: Ainda que a condutibilidade elétrica do alumínio seja 60% menor que a do cobre, o seu uso em redes de transmissão elétricas é compensado pelo seu menor custo e densidade, permitindo maior distância entre as torres de transmissão.
Propriedades físicas e químicas:
Na ordem decrescente, de acordo com o peso, dos elementos que constituem a crosta terrestre, o alumínio ocupa o terceiro lugar, representando cerca de oito por cento em peso do total. Esse metal faz parte da composição de grande número de rochas e pedras preciosas; entre as primeiras cabe mencionar, graças a seu interesse mineralógico ou metalúrgico, os feldspatos, as micas, a turmalina, a bauxita e a criolita. Entre as pedras preciosas, aquelas que apresentam um maior teor de alumínio são o coríndon, as safiras e os rubis.
O alumínio possui altos índices de condutividade elétrica, e não se altera em contato com o ar ou em presença de água, graças a uma fina capa de óxido que o protege de ataques do meio ambiente. Apresenta, entretanto, elevada reatividade quando em contato com outros elementos: em presença de oxigênio, sofre reação de combustão, liberando grande quantidade de calor, e ao combinar-se com halogênios (cloro, flúor, bromo e iodo) ou com o enxofre, produz imediatamente os respectivos haletos e sulfetos de alumínio.
Propriedades físicas e químicas do alumínio:
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Número atômico:
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13
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Peso atômico:
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26,9
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Ponto de fusão:
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660º C
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Ponto de ebulição:
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2.467º C
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Densidade:
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2,7
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Gravidade específica:
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Rede cúbica de face centrada
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Raio atômico:
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1,43 Å
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Estados de oxidação:
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+3
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Configuração eletrônica:
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1s22s22p63s23p1
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Impacto Ambiental
O ciclo da produção de alumínio começa com a extração do minério de bauxita, que contém de 45 a 60% de óxido de alumínio e é tipicamente minado em minas abertas, exigindo a remoção completa da vegetação e da camada superior do solo. A mineração de minas abertas exerce efeitos sobre a fauna e flora locais e favorece a erosão do solo. As áreas tropicais onde o minério de bauxita é encontrado estão também entre as áreas de maior biodiversidade da Terra, assim empresas se enriquecem e a floresta se empobrece.
O OURO
Minério
O ouro sempre acompanhou a civilização e era usado inicialmente, como adorno e decoração. As primeiras minas que se tem conhecimento são as egípcias e remontam há mais de 4000 anos.
É um metal de transição brilhante, amarelo, pesado, maleável, dúctil (trivalente e univalente) que não reage com a maioria dos produtos químicos, mas é sensível ao cloro e ao bromo. À temperatura ambiente, apresenta-se no estado sólido. Este metal encontra-se normalmente em estado puro e em forma de pepitas e depósitos aluvionais e é um dos metais tradicionalmente usados para cunhar moeda. É dúctil e maleável.
O ouro puro é demasiadamente mole para ser usado. Por essa razão, geralmente é endurecido formando liga metálica com prata e cobre. O ouro e as suas diversas ligas metálicas são muito empregados em joalherias, fabricação de moedas e como padrão monetário em muitos países. Devido à sua boa condutividade elétrica, resistência à corrosão e uma boa combinação de propriedades físicas e químicas, apresenta diversas aplicações industriais.
O ouro puro 24 quilates, é um metal muito maleável dificultando assim a confecção de jóias e outros artefatos. Para contornar o problema aderiu-se à utilização do ouro 18 quilates (18 K), que nada mais é do que a mistura de 75% de ouro e 25% de prata, cobre ou bronze.
Ouro Branco
O ouro branco que é composição de 75% de ouro amarelo, 15% de paládio e cerca de 10% de prata, tornando-se uma jóia fosca, que necessita de banho de ródio para ganhar brilho atraente.
Beneficiamento na indústria
· O ouro exerce funções críticas em computadores, comunicações, naves espaciais, motores de reação na aviação, e em diversos outros produtos.
· A sua elevada condutividade elétrica e resistência à oxidação têm permitido um amplo uso em eletrodeposição, ou seja, cobrir com uma camada de ouro por meio eletrolítico as superfícies de conexões elétricas, para assegurar uma conexão de baixa resistência elétrica e livre do ataque químico do meio. O mesmo processo pode ser utilizado para a douragem de peças, aumentando a sua beleza e valor.
· Como a prata, o ouro pode formar amálgamas com o mercúrio que, algumas vezes, é empregado em obturações dentárias.
· O ouro coloidal (nano-partículas de ouro) é uma solução intensamente colorida que está sendo pesquisada para fins médicos e biológicos. Esta forma coloidal também é empregada para criar pinturas douradas em cerâmicas.
· O isótopo de ouro 198Au, com meia-vida de 2,7 dias, é usado em alguns tratamentos de câncer e em outras enfermidades.
· É empregado para o recobrimento de materiais biológicos, permitindo a visualização através do microscópio eletrônico de varredura (SEM).
Propriedades químicas
Símbolo: Au
Número: 79
Classe: Metal
Série química: metal de transição
Impacto ambiental
No Brasil, a extração de pedras preciosas ou semipreciosas é desenvolvida por uma atividade denominada de garimpo, nela é obtido o ouro. A garimpagem geralmente é executada de forma tradicional nas margens de rios, em locais que recebem grande volume de sedimentação e em planícies fluviais.
O garimpo mecanizado produz profundos impactos nos ambientes fluviais, destruindo as margens dos rios e modificando profundamente a paisagem. Sem contar que contamina as águas com aplicação de mercúrio que reage quimicamente com o ouro e forma um amálgama (isto é, o ouro se liquefaz como o mercúrio). Para separá-los, a mistura é aquecida e o mercúrio evapora, poluindo o meio ambiente. Uma parte do mercúrio (que provoca danos graves ao ambiente e à saúde da população) permanece misturada com a lama e é jogada diretamente nos rios. Esses dejetos do processamento dos minérios podem contaminar o lençol freático e os mananciais (rios e lagos usados para o abastecimento de água).
O prejuízo ambiental é muito elevado, pois os rios são assoreados, a fauna é contaminada, a cobertura vegetal é retirada e compromete a saúde do homem.
Antes e depois da área de extração do ouro(Brasil)
Estudos constataram que a pequena escala de mineiros são menos eficientes com a utilização de mercúrio superior à mineiros industriais, liberando uma estimativa de 2,91 libras (1,32 kg) de mercúrio nas vias navegáveis para cada 2,2 quilos (1 kg) de ouro produzido. Embora não haja um consenso científico sobre a contaminação do mercúrio na Amazônia, de acordo com o biólogo Michael Goulding, há indícios de mercúrio causando problemas em outros ecossistemas.
Mortandade de peixes causada por despejo de mercúrio em rio
O Cianeto, um composto altamente tóxico, também é frequentemente utilizado para separar o ouro dos sedimentos e das rochas. Enquanto o cianeto é suposto ser cuidadosamente monitorizados para impedir a sua fuga para o ambiente ao redor, derrames acontecem, especialmente quando há ninguém em volta para cumprir os regulamentos da mina. Os efeitos da intoxicação podem ser generalizados, especialmente quando uma piscina detentor de resíduos transborda ou quebra, como já o fez no Brasil, em Agosto de 1995.
Dejetos de manganês deixados pela Icomi (Indústria e Comércio de Mineração) são cancerígenos.
A ocorrência de câncer nas áreas de extração de manganês na Serra do Navio (AP) é proporcionalmente cinco vezes maior que a média brasileira. Além disso, dejetos de chumbo já causaram a morte de dezenas de pessoas na Bahia e no Paraná.
Efeito da poluição por mercúrio no rio Madeira: bebes nascem sem cérebro em Porto Velho
Conclusão
Conclui-se que os danos gerados nas áreas onde são desenvolvidas a mineração ou garimpagem são irreversíveis. É possível ver que o lucro da extração mineral (ouro) fica com as grandes empresas (a minoria), o meio ambiente fica com os prejuízos e a população (impacto social) sofre com os males causados pelos produtos químicos, pela degradação da terra onde era plantado o alimento e servia de renda familiar. As pessoas também se degradam, pois no garimpo ‘’artesanal’’ muitos não usam os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que minimiza o risco de acidentes e mantém a integridade do trabalhador, sem o uso dos mesmos podem ocorrer acidentes (mutilações) e doenças de vários gêneros.